Oh, minha amada
Que olhos os teus
São cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breus
Oh, minha amada
Que olhos os teus
Quanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus
Oh, minha amada
De olhos ateus
Quem dera um dia
Quisesse Deus
Que eu visse um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus
Oh, minha amada
Que olhos os teus!